domingo, 16 de março de 2014

Belas Artes

Aqui as gerações se esmeram na arte
A pintura, a poesia, a música bendita...
(Nilo Soares Ferreira. Minha Terra. In: Poesias e Trovas de Itanhaém. Itanhaém, 1999)

Itanhaém, por se tratar de uma cidade de veraneio, sempre recebeu muitos artistas importantes, que vinham descansar em nossas praias. O Bairro do Belas Artes era local preferido dos artistas paulistas. As ruas deste bairro foram batizadas com nomes de pintores e artistas plásticos brasileiros consagrados, entre eles: Almeida Júnior, Vítor Meireles e Pedro Alexandrino.

O Bairro denominado Belas Artes ganhou este nome devido à Associação Paulista de Belas Artes ter estabelecido uma colônia de férias próxima à estrada de ferro na década de quarenta. Até então o bairro tinha três denominações, como lembra Caldas (2011): Rio do Poço, que corta suas ruas; Sessenta, porque a parada Km 60 da Estrada de Ferro Sorocabana; e Vila Nova, porque a Vila velha era o centro da cidade e a nova estava apenas surgindo, sendo formada principalmente por famílias vindas do Vale do Ribeira, mais precisamente de Iguape. Na foto abaixo, temos a imagem da Linha do Trem passando sobre o Rio do Poço, no Bairro Belas Artes. Quando eu era criança e caminhávamos até este bairro, lembro-me do medo que eu sentia ao atravessar esta pequena ponte sem parapeito ou qualquer tipo de proteção. Víamos o Rio passar sob nossos pés.


Presença do Ausente. Foto de Thais Oliveira Silva. 29. Jan. 2012
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Após a desativação da Colônia e a aquisição do prédio pela Prefeitura de Itanhaém, o local foi usado para diversas funções. Já abrigou o hospital e necrotério municipal, uma escola de ensino fundamental e atualmente a Casa da Música desde o ano 2000, local onde ocorrem diversas oficinas culturais, com mais de setecentos alunos neste espaço, onde também pude aprender a tocar violino e participar da Orquestra local, hoje extinta, porém é um local que descobre inúmeros talentos musicais que já representaram com maestria nossa cidade e até mesmo o estado de São Paulo em concursos musicais e participações em Orquestras Sinfônicas renomeadas.
Eu a registrei numa manhã ensolarada aproveitando as belas sombras matutinas sobre o pátio do prédio. No segundo plano da imagem abaixo, vê-se uma imensa palmeira, possuindo aproximadamente vinte metros. Em diversos pontos da cidade ainda podemos encontrar árvores nativas centenárias convivendo com nossas construções. É um belíssimo local que durante o período em que foi colônia recebeu diversos artistas renomados do Modernismo brasileiro, vindo descansar na cidade praiana e aproveitar para registrar cenas e locais da Vila Velha (Centro da cidade) Na imagem seguinte, busquei compor uma imagem valendo-me apenas de elementos geométricos: as pilastras do pátio e os bancos, a fim de contrastar com a primeira, onde a presença das formas orgânicas (as árvores nativas) nos proporciona outra leitura, já que há uma quebra deste universo apenas geométrico. 




Tantas funções, um mesmo prédio. I Foto de Thais Oliveira Silva. 12. Jan. 2012







Tantas funções, um mesmo prédio II. Foto de Thais Oliveira Silva. 12. Jan. 2012




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