Aqui as gerações se
esmeram na arte
A pintura, a poesia,
a música bendita...
(Nilo Soares Ferreira.
Minha Terra. In: Poesias e Trovas de Itanhaém. Itanhaém, 1999)
Itanhaém,
por se tratar de uma cidade de veraneio, sempre recebeu muitos artistas
importantes, que vinham descansar em nossas praias. O Bairro do Belas Artes era
local preferido dos artistas paulistas. As ruas deste bairro foram batizadas
com nomes de pintores e artistas plásticos brasileiros consagrados, entre eles:
Almeida Júnior, Vítor Meireles e Pedro Alexandrino.
O
Bairro denominado Belas Artes ganhou este nome devido à Associação Paulista de
Belas Artes ter estabelecido uma colônia de férias próxima à estrada de ferro
na década de quarenta. Até então o bairro tinha três denominações, como lembra
Caldas (2011): Rio do Poço, que corta suas ruas; Sessenta, porque a parada Km
60 da Estrada de Ferro Sorocabana; e Vila Nova, porque a Vila velha era o
centro da cidade e a nova estava apenas surgindo, sendo formada principalmente
por famílias vindas do Vale do Ribeira, mais precisamente de Iguape. Na foto abaixo, temos a imagem da Linha do Trem passando sobre o Rio do Poço, no Bairro
Belas Artes. Quando eu era criança e caminhávamos até este bairro, lembro-me do
medo que eu sentia ao atravessar esta pequena ponte sem parapeito ou qualquer
tipo de proteção. Víamos o Rio passar sob nossos pés.
Presença do Ausente. Foto
de Thais Oliveira Silva. 29. Jan. 2012
.
Após
a desativação da Colônia e a aquisição do prédio pela Prefeitura de Itanhaém, o
local foi usado para diversas funções. Já abrigou o hospital e necrotério
municipal, uma escola de ensino fundamental e atualmente a Casa da Música desde
o ano 2000, local onde ocorrem diversas oficinas culturais, com mais de
setecentos alunos neste espaço, onde também pude aprender a tocar violino e
participar da Orquestra local, hoje extinta, porém é um local que descobre
inúmeros talentos musicais que já representaram com maestria nossa cidade e até
mesmo o estado de São Paulo em concursos musicais e participações em Orquestras
Sinfônicas renomeadas.
Eu
a registrei numa manhã ensolarada aproveitando as belas sombras matutinas sobre
o pátio do prédio. No segundo plano da imagem abaixo, vê-se uma imensa palmeira,
possuindo aproximadamente vinte metros. Em diversos pontos da cidade ainda
podemos encontrar árvores nativas centenárias convivendo com nossas
construções. É um belíssimo local que durante o período em que foi colônia
recebeu diversos artistas renomados do Modernismo brasileiro, vindo descansar
na cidade praiana e aproveitar para registrar cenas e locais da Vila Velha
(Centro da cidade) Na imagem seguinte, busquei compor uma imagem valendo-me
apenas de elementos geométricos: as pilastras do pátio e os bancos, a fim de
contrastar com a primeira, onde a presença das formas orgânicas (as árvores
nativas) nos proporciona outra leitura, já que há uma quebra deste universo
apenas geométrico.
Tantas funções, um
mesmo prédio. I Foto de Thais Oliveira Silva. 12. Jan. 2012
Tantas funções, um
mesmo prédio II. Foto de Thais Oliveira Silva. 12. Jan. 2012
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