Itanhaém... Vila...
Hoje, cidade praiana
de simples ruas de areia
de algumas casas humildes
na Praça Carlos Botelho
Hoje, cidade praiana
de simples ruas de areia
de algumas casas humildes
na Praça Carlos Botelho
[...]
(Lina de Lima. Itanhaém,
antiga vila. In: Itanhaém em prosa e
verso. Itanhaém, 1997)
De
acordo com Caldas (2011), a Casa de Câmara e Cadeia era o ponto de encontro do
poder político da época imperial, republicano e República Velha. Ela, bem como
as outras Câmaras da época da colonização, exercia duplo poder constitucional:
o legislativo e o executivo, além de possuírem o direito de indicar o
Presidente da Província, para nomeação, o juiz da respectiva Comarca.
A cadeia que ainda hoje existe é
um sobrado, a qual foi construída sobre as ruínas da primitiva em 1829. Por
economia, ou talvez por amor às tradições, aproveitou-se as paredes então
existentes da velha Cadeia - que já tornara-se também Casa da Câmara; e é por
tal motivo que vemos hoje esse edifício, em desalinho completo com as outras
ruas e com o pátio da Matriz de Sant'Ana, do qual ela ocupava outrora, o
centro.
Suas
paredes (da primeira construção e reforma) medem 60 centímetros de espessura.
Possui uma parte que, com a reforma, foi agregada na sua parte frontal. Está em
desalinho com o restante do Centro Histórico, pois a rua à qual tinha dirigida
sua parte frontal levava até a Igreja Santa Luzia (que já em 1614 já não mais
existia).
Supõe-se que sua construção date da época em que
Itanhaém foi elevada à categoria de Vila, em 1561, pois só adquiriria tal
status se houvessem no local tais construções. e mais tarde, ganhou o status de
Cabeça de Capitania, pois os prédios obrigatórios que para isso se desse
deveriam ser a Igreja, o Pelourinho e a Cadeia, época em que a Vila recebe os
moradores da Aldeia do Abarebebê, também muitos moradores da Vila de São
Vicente, refugiados dos ataques dos índios Tamoios, bem como muitos imigrantes,
atraídos pela fama da descoberta de ouro na Capitania de Itanhaém.
No centro histórico encontra-se também o Gabinete de
Leitura, fundado em 05 de agosto de 1888, onde aconteciam eventos culturais e
de entretenimento para o povo da vila itanhaense, lá também se alfabetizava a
população. Infelizmente no ano de 1932, durante a Revolução Constitucionalista,
seus livros foram destruídos e queimados pelos soldados que por aqui
permaneceram, pois eles consideravam a cidade um ponto estratégico e a vigiava,
bem como a outras cidades para eles também consideradas estratégicas.
O casario de nossa cidade tem sua construção todo
pautado no estilo colonial, com suas portas altas, assim como as janelas, que
eram ao nível da rua, sem terraço ou varanda. Casas compridas, com um único
corredor que dava acesso aos quartos e, claro, um quintal nos fundos.
(FERREIRA, 2008)
O Passado está Presente. Foto de Thais Oliveira Silva. 06. Mai. 2012
Em meus trilhares enfoquei também a Casa de Câmara e
os Casarios à sua volta. A arquitetura lusitana sempre me encantou com sua
beleza e elegância. Na imagem acima busquei enfocar uma cena cotidiana tendo como
pano de fundo a lateral da Casa de Câmara e Cadeia e o restante da Praça
Centra. Pela manha, dois moradores conversam sossegadamente transmitindo-nos
tranquilidade, calmaria.
Uma imagem
que desde o início me encantou, bem mais depois esta edição, tornando-a
monocromática, foi foto abaixo, optei pelo enquadramento destes ramos da árvore
ao lado da Igreja Matriz, pois me chamou atenção o grafismo confuso deste. Ao
fundo encontra-se a Casa de Câmara e Cadeia. Escolhi esta composição pois aqui
em minha cidade a natureza prevalece sobre a interferência humana, considerando
a área total da cidade. Hoje em dia o local foi transformado no Museu Conceição
de Itanhaém, inaugurado em Abril de 2010, abrigando diversos itens e utensílios
históricos, bem como imagens fotográficas e documentos manuscritos registrando
nossa História.
Casa de Câmara e Cadeia. Foto
de Thais Oliveira Silva. 10. Jan. 2012.
Já os Casarios, eu
optei por não utilizar nenhum tipo de moldura natural no primeiro plano,
enquadrando as belas construções lusitanas de modo limpo. Hoje em dia grande
parte destas casas não são mais moradias e sim estabelecimentos comerciais,
porém sem que reformas não venham interferir no projeto original. O antigo azul
e branco do Casario lusitano foi substituído por multicores impactantes.
Casarios. Foto de Thais
Oliveira Silva. 27. Dez. 2011
A
Sentinela deste Conjunto de casas antiquíssimas é a gata registrada na foto abaixo, a qual está sempre atenta ao que acontece a seu derredor. Ela está sob o
muro de umas das últimas casas do local, já que grande parte hoje em dia abriga
estabelecimentos comerciais.
Guardiã dos Casarios. Foto de Thais Oliveira Silva. 19. Jan. 2012
Guardiã dos Casarios. Foto de Thais Oliveira Silva. 19. Jan. 2012
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