“Toda fotografia é um resíduo do passado. Um artefato que
contém em si mesmo um fragmento determinado da realidade registrado
fotograficamente”. (MARTINS, 2001, p.45)
Na
atualidade, a fotografia tornou-se um passatempo quase tão difuso quanto o sexo
e a dança. Porém isto não significa que ela seja praticada assiduamente pela
grande massa como uma forma de arte, mas sim como um rito social, uma proteção
contra a ansiedade, como um instrumento de poder. Em sua observação, as
famílias são acompanhadas pelas câmeras, sobretudo as famílias de classe média
alta e bem menos pela classe baixa (MARTINS, 2008). O ato de não tirar fotografias
dos filhos, sobretudo quando estão ainda são pequenos, é tido como um gesto de
indiferença da parte dos pais assim como não comparecer à fotografia de
formatura, um sinal de rebeldia juvenil. (SONTAG, 2006)
Através
das fotografias, cada família constrói uma crônica visual de si mesma, de
acordo com Sontag (2006), tornando-se um rito de vida em família exatamente
quando esta está se fragmentando. É a presença silenciosa de alguém já
ausente, sendo “inevitável a emoção diante da fotografia”. (MARTINS, 2008, p.
45) Principalmente pelas ausências de hoje em dia lá presentes. Os mortos reais
e simbólicos, como os pais que se separaram e distanciaram-se da família, a
namorada ou o namorado que não é mais, o amigo que deixou de sê-lo. Neste
contexto, ela se torna não como um mero fragmento de imagem, mas se propõe como
“memória dos dilaceramentos, das rupturas, dos abismos e distanciamentos, como
recordação do impossível, do que não ficou e não retornará.” (MARTINS, 2008, p.
45). Cada família terá sua “caixa de sapato” onde irá guardar suas lembranças
emocionadas, onde ilustram suas histórias de vida, o consagrado “álbum de
família”. (SILVA, 2008)
Alguém
conhece um exercício melhor para reviver o passado que a apreciação de nossas
próprias fotografias? Vendo-as, o homem reflexe sobre a importância que a
fotografia tem em nossas vidas. Kossoy (2001, p.100) acrescenta que: “quando o
homem vê a si mesmo através de velhos álbuns, ele se emociona, pois percebe que
o tempo passou e a noção de passado se lhe torna de fato concreta. [...]
estamos envolvidos afetivamente com os conteúdos daquelas imagens.” Estas
fotografias nos dizem muito a nosso respeito, de como éramos, de como eram
nossos familiares e amigos.
Em
nossa imaginação reconstruímos a trama dos acontecimentos dos quais atuamos em
diferentes épocas e lugares. Nas palavras de Kossoy (2001, p.100), “Essas
imagens nos levam ao passado numa fração de segundo. [...] Através das
fotografias reconstruímos nossas trajetórias ao longo da vida” Diante destes
fragmentos interrompidos de vida, que muitas vezes revemos, uma insuportável,
irremediável e até mesmo constrangedora fonte de recordação e emoção.
Entretanto, deve-se saber que:
A
fotografia é uma das grandes expressões da desumanização do homem
contemporâneo, sobretudo porque permitiu a separação cotidiana da pessoa em
relação à sua imagem. Não é incomum que, com o passar do tempo, ou com a
distância, os amantes amem a pessoa que está na fotografia e percam de vista e
de afeto a pessoa que se deixou fotografar. (MARTINS, 2008, p. 23)
Atualmente existem outros meios para se registrar cenas, como a
filmagem, mas neste caso, ela é o fluxo contínuo de imagens pouco selecionadas,
em que cada uma delas cancela a precedente. Já a fotografia é um momento
privilegiado, convertido num pequeno objeto que as pessoas podem guardar e
olharem quantas vezes desejarem. (SONTAG, 2006) Com toda nostalgia de nosso
tempo, colecionamos compulsivamente imagens de momentos inesquecíveis, pois
sabemos que ele não será eterno.
Quando
temos medo, atiramos, mas quando ficamos nostálgicos, tiramos fotos. [...] Ao
fotografar, participamos da mortalidade, de toda nossa vulnerabilidade e
mutabilidade das relações humanas e do espaço físico, estamos com foto,
testemunhando a dissolução implacável e irreversível do tempo ao cortar uma
fatia deste momento e congelá-la”. (SONTAG, 2006, p. 26-27)
Melancolicamente
sabemos que a cena registrada ali na imagem não se repetirá jamais. Aquele
momento vivido e congelado pela fotografia é sem retorno. Ai está a razão pela
qual muitos de nós valorizamos intensamente mais a imagem fotográfica do que um
registro escrito. A canção abaixo traduz este pensamento:
“Rasgue as minhas cartas
E não me procure mais
Assim será melhor
Meu bem!
O retrato que eu te dei
Se ainda tens
Não sei!
Mas se tiver
Devolva-me!”
E não me procure mais
Assim será melhor
Meu bem!
O retrato que eu te dei
Se ainda tens
Não sei!
Mas se tiver
Devolva-me!”
[...]
Adriana
Calcanhotto. Devolva-Me. In: Público. Renato Barros e
Lilian Knapp. Rio de Janeiro, SONY, 2000.
Sotilo (2006, p. 01)
a descreve como memória fixa num tempo, mas que retoma o seu movimento, a sua
animação ao ser observada neste ato rememorativo. “Registro este que abriga certo
“recorte espacial” e uma “interrupção temporal”,
fazendo-nos construir realidades diversas”.
Podemos dizer que a
fotografia se tornou um mecanismo aliviador da memória, já que compartilhamos
com ela alguns momentos significativos os quais podemos deixar registrados no
papel fotográfico, e sempre que quisermos lembrar-nos do fato voltamos à
imagem. Podemos ter como exemplo com o fato de que quando viajamos, registramos
cada impressão da experiência, sendo impossível de ser armazenada em sua plenitude,
mas a fotografia acaba por dar este suporte detalhado destes momentos o qual nossa
memória não suportaria. (SONTAG, 2006)
Koury (2008), a respeito do registro fotográfico
acrescenta:
Duplo do real, a fotografia
é apresentada como o real reproduzido. Como uma cópia que tem o poder de
apropriar o real referenciado pela fixidez intemporal de sua ação. Como passado
em revelação para o olhar que observa, a fotografia parece realizar sua utopia
de produtora da memória. (KOURY, 2008, p.102)
A memória é então informada pela fotografia, indicando
momentos insubstituíveis que constroem uma vida para si e para os outros. Como
uma ausência permanentemente prisioneira de um presente que já aconteceu, como
portadora no presente de um registro que já foi, a fotografia parece
estabelecer as bases necessárias à exclusão do referente, pela sua inclusão
fixada nos registros que cada foto revela.
A
industrialização praticada em larga escala possibilitou a popularidade da
fotografia, contudo esta perdendo sua qualidade artística. Com o advento cada
vez mais crescente “tirar” fotografias tornou-se hábito das famílias, de acordo
com Andrade (2002, p.49), eternizando momentos de festas, aniversários,
casamentos, viagens, batizados. E prossegue afirmando: “Todas estas imagens nos
levam a resgatar o prazer do instante, do momento presente e do ausente,
daquilo que passou, mas permanece na memória.” Deste modo, tiramos fotografia para
nos apropriar do objeto, do momento que desaparecerá. Existe, uma magia no
momento que imortalizamos as pessoas e o tempo nas fotos. Para tribos urbanas,
fotografias são: “como provas de sua existência, de sua identidade e história.”
(ANDRADE, 2002, p.49)
De
acordo com o pensamento da autora, cada fotografia detém uma presença. As
evocamos ao guardar em nossas carteiras, em nossas casas imagens de nossa
família, de animais, de santos, de nossos ídolos para fazer presente o que está
ausente. Andrade (2002, p.49) afirma que: “nossa identidade individual depende
da memória – e a fotografia é uma atividade fundamental para o contorno dessa
identidade, seja para autoafirmação, seja para o conhecimento.”
Tanto
olhar fotografias como captá-las é semelhante a congelar por instantes o tempo.
E é aí que reside seu encantamento, o fascínio no momento do clique. “O ato de
acionar o botão de uma máquina fotográfica é o único em que o tempo interno
está de acordo com o tempo externo.” (ANDRADE, 2002, p 50)
Barthes
apud Andrade (2002) afirma: “Aquilo
que a fotografia reproduz até o infinito só aconteceu uma vez: ela repete
magicamente o que nunca mais poderá repetir-se existencialmente.” (p. 50) Deste
modo podemos perceber o real motivo desta necessidade compulsiva de a cada dia
pessoas registrarem momentos felizes de suas vidas em fotografias, temerosos de
tê-los em mãos apenas o registro, mas ao mesmo tempo não viver o momento
novamente.
Assim, ao refletir sobre um
passado que se foi e que permanece na intemporalidade fria da foto, referencia
a própria fotografia como ilusão da manutenção dos momentos queridos
eternamente presentes. Cria, ao mesmo tempo, o vazio da fixidez que pode ser tocada,
acariciada, observada, mas que permanece como não sendo o objeto do desejo. (KOURY,
2008, p.102)
A fotografia vista
como lembrança, fomenta no olhar que vê um resumo da memória pessoal. A imagem
significa gestos, atos e sentimentos, construindo redes de significados que
singularizam a lembrança pelo ato emocionado que provoca no observador. Pela
cumplicidade que se estabelece entre aquele que observa e aquele que a foto
representa, referenciado e fixo na ausência presente de um tempo e de um espaço
que não mais existem, embora continuem a existir na realidade da foto. (KOURY,
2008)
Sotilo (2006), fala sobre este ato do fotógrafo de fixar
o tempo e a época deixando um registro do presente, em que no instante
fotografado torna-se passado, fotografar a nossa trajetória de vida é um
mecanismo contra o medo do desaparecimento e a necessidade de preservar se faz
presente neste ritual.
Esses
instantes são retomados no momento em que se abrem os álbuns de fotografia,
eles são suportes que torna presente essa ausência, essa transitoriedade.
Dentro deste universo, manusear, olhar, recordar essas imagens torna-se um ato
ritualístico, “sendo este a presentificação de um momento significativo, e que
se atualiza no discurso”. (SOTILO, 2006, p.3) A saudade, este sentimento
nostálgico, pode nos levar á fotografia, mas também a própria necessidade de
pertencimento, enfatiza a importância que esses laços afetivos têm em nossas
vidas nos levando a contemplá-las. “Podemos dizer que esses sentimentos sempre
perseguiram e atormentaram o ser humano, o medo do esquecimento, de não
eternizar uma história, de tudo terminar, de ter o seu fim, a morte”. (SOTILO,
2006, p.6).
A
fotografia dribla a morte e a solidão do sujeito que observa pela sensação de
“onipotência do possuir recortes fixos de um real comprovadamente e
intemporalmente existente, na realidade da foto; a foto torna-se o referente de
si mesma”. (KOURY, 2008, p.106) Pensemos em nossos momentos que uma simples
olhada numa fotografia nos anima, retendo no papel o momento de felicidade ali
impresso. Lá estávamos com pessoas queridas, podemos retornar a tais
sentimentos vividos naquele momento só do fato de observarmos nossas
fotografias.
Evocada, a foto realiza o
anseio de trazer situações e mantê-las sob controle, na imobilidade eterna
registrada e apreendida pelo ato fotográfico. O que provoca uma sensação de
poder e de posse sobre o outro ou sobre o si mesmo registrado, ao mesmo tempo
em que onipotencializa as relações do observador com as imagens reveladas e por
ele possuídas. (KOURY, 2008, p.103)
A fotografia é manuseada em momentos de busca de afetos,
positivos ou negativos, “que recomenda para situações felizes ou não tanto,
mas, próximas da felicidade na distância que as fotos aproximam sem, contudo,
trazê-las de volta [...] O que permite consolo ou tormento em quem se debruça
nas impressões que a foto trás”. (KOURY, 2008, p.103)
Toda
fotografia representa em seu conteúdo uma interrupção do tempo e, portanto da
vida. O fragmento selecionado do real, a partir do instante em que foi
registrado, permanecerá para sempre interrompido e isolado na bidimensão da
superfície sensível. [...] Sem antes nem depois; este é um dos aspectos mais
fascinantes em termos do instante contínuo recortado da vida que se confunde
com o nascimento do descontínuo do documento. (KOSSOY, 2001, p.44)
Tal
instante recortado do cotidiano fica ali aprisionado no papel fotográfico,
congelando aqueles sorrisos familiares eternamente. O ato de fotografar tais
momentos felizes nada mais é do que para nos momentos tristes que todos nós
passamos durante a vida, podemos retornar ao saudoso momento lembrando-se que a
noite escura de tal tristeza ou saudade que estamos passando logo findará com a
chegada de mais uma manhã promissora, contendo mais sorrisos em novas e
agradáveis situações.
“Quando
temos medo, atiramos, quando ficamos nostálgicos, tiramos fotos.” (SONTAG,
2006, p.25) Vivemos numa época nostálgica, conforme nos constata Sontag (2006),
logo as fotografias ativam ainda mais esta nostalgia. Para a autora,
A
fotografia é uma arte elegíaca, uma arte crepuscular. A maioria dos temas
fotográficos tem, justamente, em virtude de serem fotografados, um toque de pathos.
Um
tema feio ou grotesco pode ser comovente porque foi honrado pela atenção do
fotógrafo. Um tema belo pode ser objeto de sentimentos pesarosos porque
envelheceu, ou decaiu, ou não existe mais. Todas as fotos são “memento mori”. Tirar uma foto é
participar da mortalidade, da vulnerabilidade e da mutabilidade de outra pessoa
(ou coisa). Justamente por cortar uma fatia deste momento e congelá-la, toda
foto testemunha a dissolução implacável do tempo. (SONTAG, 2006, p.26)
Para
ilustrarmos a citação acima, basta apenas nos recordarmos de parentes e amigos
mortos, ainda preservados em fotografias, em que sua presença exorciza parte de
nossas angústias para Sontag (2006), elas suprem nossa relação portátil com o
passado.
Uma
foto é tanto uma pseudopresença quanto uma prova de ausência. Como o fogo da
lareira num quarto, as fotos – sobretudo a de pessoas, de paisagens distantes e
remotas, do passado desaparecido – são estímulos para o sonho (SONTAG, 2006,
p.26)
Comparadas
com a televisão, elas são mais memoráveis do que imagens em movimento, pois há
uma nítida fatia do tempo, já nas imagens em movimento há um fluxo de imagens
pouco selecionadas, onde a imagem anterior cancela a próxima. “Cada foto é um
momento privilegiado, convertido em um objeto diminuto que as pessoas podem
guardar e olhar outras vezes”. (SONTAG, 2006, p. 28)
“A
fotografia é o inventário da mortalidade.” (SONTAG, 2006, p.85) Agora, com
apenas o apertar do obturador, dotamos um momento de uma ironia póstuma,
mostrando que aquelas pessoas incontestavelmente estavam presentes num
determinado lugar e época. Através das fotos foram agrupadas e num instante
depois, se dispersaram seguindo o curso de seus destinos independentes.
Assim
como o fascínio exercido pelas fotos é um lembrete da morte, é também um
convite ao sentimentalismo. As fotos transformam o passado no objeto de um
olhar afetuoso, embaralham as distinções morais e desarmam os juízos
históricos, por meio do pathos generalizado de contemplar o
tempo passado. (SONTAG, 2006, p. 86)
Uma
fotografia é apenas um fragmento e, através do avanço do tempo, conforme nos
informa a autora, tudo o que a prende vai se afrouxando e então ela fica solta
à deriva num passado flexível e abstrato, aberto a qualquer tipo de leitura e
de associações com outras fotografias.
Após
o evento, a foto ainda existirá, conferindo ao evento uma espécie de
imortalidade (e de importância) que de outro modo ele jamais desfrutaria.
Enquanto pessoas reais estão no mundo real matando a si mesmas ou matando
pessoas reais, o fotógrafo se põe atrás de sua câmera,
criando um pequeno elemento de outro mundo: o mundo imagem, que promete
sobreviver a todos nós. (SONTAG, 2006, p.22)
As
fotos são os objetos mais misteriosos de todos os que compõem o ambiente que
identificamos como sendo moderno. Elas são realmente experiências capturadas.
Fotografar, para Susan Sontag (2006, p.14) “é apropriar-se da coisa
fotografada. Significa por a si mesmo em determinada relação com o mundo,
semelhante ao conhecimento – e, portanto, ao poder.”.
Esse
encantamento outorgado à fotografia justifica o horror que os primitivos tinham
em deixar-se fotografar, o mesmo terror vindo dos espelhos que refletem a
imagem, mas não a retém. A fotografia, no entanto, é espelho da memória:
imobiliza nossa imagem para sempre. (ANDRADE, 2002, p.48)
É
possível tornar visível o invisível nas fotografias “na própria evidência
visual fotográfica contida nas coisas que restaram de quem lá esteve e já não
está. De certo modo, nos resíduos da humanidade dos que partiram, as fotos nos
dizem que sociedade é esta”. (MARTINS, 2008, p.27) Basta lembrarmos que através
das imagens fotográficas podemos observar qual era a moda daquele tempo, a
posição social dos fotografados ante algumas informações ali impressas, de até
mesmo a linguagem corporal dos personagens da cena congelada pela fotografia.
O
fragmento da realidade gravado na fotografia representa o congelamento do gesto
da paisagem, e, portanto, a perpetuação de um momento, em outras palavras, da
memória: memória do indivíduo, da comunidade, dos costumes, do fato social, da
paisagem urbana, da natureza. A cena registrada na imagem não se repetirá
jamais. O momento vivido, congelado pelo registro fotográfico, é irreversível.
(KOSSOY, 2001, p. 155)
A vida, no entanto, prossegue, mas a fotografia segue
preservando aquele cenário com seus personagens. Com o passar dos anos, os
retratados envelhecem e morrem, o mesmo ocorre com o fotógrafo e todo o cenário
ali registrado, mas de todo este processo apenas a fotografia sobrevive, ora na
impressão original, ora reproduzida. (KOSSOY, 2001)
Estivemos naquele determinado momento e fomos felizes (ou não).
A fotografia registrou-o. Sem a imagem, o cotidiano seria impossível. Mesmo
quando não temos uma fotografia para cada situação, nosso imaginário cria a
imagem em nós e para nós. De certo modo, hoje em dia, pensamos
fotograficamente. (MARTINS, 2008) No que se concerne ao fato de observarmos
cenas na tridimensionalidade de nossas vidas e imaginarmos a composição na
bidimensionalidade. O eterno desejo de fotografar momentos bons, memoráveis
pelo medo de que se não o registrarmos o perderemos para sempre.
Fotografia
é memória e com ela se confunde. Fonte inesgotável de informação e emoção.
Memória visual do mundo físico e natural, da vida individual e social. Registro
que cristaliza, enquanto dura, a imagem – escolhida e refletida – de uma ínfima
porção de espaço do mundo exterior. É também a paralisação súbita do
incontestável avanço dos ponteiros do relógio: é, pois o documento que retém a
imagem fugida de um instante da vida que flui ininterruptamente. (KOSSOY, 2001,
p. 156)
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